Flávio Dino defende aliança entre Lula e Ciro para derrotar Bolsonaro
Governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) defende que haja entendimento entre o ex-presidente Lula e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) para enfrentar Jair Bolsonaro (sem partido) em 2022.
“O nosso principal desafio eleitoral é expressar, num programa e numa candidatura, as esperanças e expectativas da imensa maioria da população, que se sente abandonada. A melhor saída é a união do lulismo com o trabalhismo”, postula.
Em entrevista exclusiva ao O POVO, Dino reconhece, no entanto, as dificuldades para que essa composição se viabilize eleitoralmente, sobretudo pelo histórico de agressões mútuas entre PDT e PT.
“Reconheço que é muito difícil, mas mantenho a catequese da unidade, da união ampla do nosso campo, do campo nacional-popular, envolvendo concretamente figuras como Lula e Ciro Gomes”, frisa. “Quando a gente ouve o Ciro, as ideias dele estão muito mais próximas do nosso lado do que obviamente do bolsonarismo.”
E acrescenta: “Se reconhecemos isso, reconhecemos o principal. Eu discordo veementemente de quem profere uma frase dizendo que o Ciro é de direita. Não me convidem para esse tipo de afirmativa, porque não é verdadeira”.
Citado por Lula em seu discurso do dia 10, logo depois de o petista reaver seus direitos políticos na esteira da decisão de Edson Fachin (STF) que anulou as suas condenações, Dino admite que, num cenário de candidatura do ex-presidente, no entanto, a tendência é de lhe emprestar apoio.
“Se Lula desejar, acho que é uma candidatura extremamente importante. Se resolver ser candidato e nós encontrarmos um programa adequado, que fale para o futuro e as principais questões do País, considero que é uma decisão acertada. A minha disposição seria obviamente apoiá-lo”, afirma.
Cotado frequentemente como presidenciável, Dino ressalta que o objetivo do seu partido é, contudo, a busca de unidade na centro-esquerda. “O diálogo deve ser mantido par que a gente possa unir nosso campo”, argumenta.
“O ex-presidente Lula”, continua, “é a figura que naturalmente exerce um papel de coordenação daquilo que tenho chamado de caminho Mandela, uma união para propiciar a derrota do bolsonarismo”.
Essa solução, conforme o gestor estadual, abrangeria “setores sociais que não são da esquerda” e “não são envolvidos ou engajados em posições cristalizadas num campo político”, gesto que o ex-presidente já começou a esboçar desde a semana passada, ao acenar a conversas com legendas de centro e mesmo de centro-direita.
Do Jornal O Povo
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