Fartura

Desembargadores citados na Operação 18 Minutos embolsaram R$ 1,4 milhão apenas em 2024

Os quatro desembargadores do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA) que foram afastados de suas funções  sob suspeita de envolvimento em um esquema de venda de sentenças acumularam rendimentos de R$ 1,4 milhão entre janeiro e julho de 2024. A informação foi divulgada pelo Estadão, que fez um relatório dos pagamentos.

O desembargador Luiz Gonzaga Almeida Filho tirou R$ 533.132,30 líquidos entre janeiro e julho, ou em média, R$ 76 mil a cada mês, montante líquido. Em abril, seu holerite saltou para R$ 137 mil.

O desembargador Marcelino Chaves Everton recebeu mais de R$ 71 mil livres todos os meses do ano. Também em abril, a exemplo do colega Almeida Filho, ele recebeu R$ 142,8 mil livres. Ao todo, nos primeiros sete meses do ano, Everton acumulou R$ 576.669,88.

A desembargadora Nelma Sarney recebeu R$ 429.96,88 mil no período. Seu menor contracheque foi lançado em janeiro, R$ 31,2 mil. O mais robusto, em abril, quando ela tirou R$ 95,5 mil livre de descontos.

O desembargador Antonio Pacheco Guerreiro Júnior tirou R$ 412.023,11, dos quais R$ 86,5 mil em abril.

A publicação destaca ainda que aumento expressivo nos vencimentos foi impulsionado por pagamentos classificados como “outros direitos pessoais”, não detalhados pelo tribunal.

A Operação 18 Minutos, conduzida pela Polícia Federal e supervisionada pelo ministro João Otávio de Noronha, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), investiga o desvio de R$ 14 milhões em alvarás expedidos em processos suspeitos de fraude.

Apesar do teto constitucional para salários de servidores públicos, que deveria limitar os ganhos mensais dos magistrados a R$ 44 mil, o mecanismo de “abate-teto” não impediu que os valores recebidos pelos desembargadores ultrapassassem essa marca.

Em alguns casos, como o do desembargador Marcelino Everton, o valor excedente foi justificado pelo tribunal como resultado de “direitos adquiridos” ou outras rubricas, contornando assim a aplicação do teto salarial. O TJMA foi contatado pelo jornal, mas não se manifestou.

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