SOBRE ENTREVISTA POLÊMICA

Dino insinua que Zema é “traidor da Pátria”

O discurso considerado separatista do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), continua repercutindo na classe política. Em manifestação sobre o assunto, no domingo (6), o ministro Flávio Dino afirmou ser “absurdo que a extrema-direita esteja fomentando divisões regionais”. Invocando o artigo constitucional e a memória de Ulysses Guimarães, afirmou indiretamente que Zema seria um “traidor da Pátria”.

O artigo 19 da Constituição Federal de 1988 diz, de fato, em seu parágrafo III que “é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si”.

A entrevista de Zema que gerou a polêmica foi concedida ao Estadão e publicada no último sábado (5). Nela, o governador mineiro fala na criação de uma frente para garantir “protagonismo” aos estados do Sul e Sudeste brasileiros.

“Nós queremos é que o Brasil pare de avançar no sentido que avançou nos últimos anos – que é necessário, mas tem um limite – de só julgar que o Sul e o Sudeste são ricos e só eles têm que contribuir sem poder receber nada. (Sobre) A reforma tributária, fizemos outro questionamento. Está sendo criado um fundo para Nordeste, Centro-Oeste e Norte. Agora, o Sul e o Sudeste não têm pobreza?”, afirmou o governador mineiro. “Isso não pode ser intensificado, ano a ano, década a década. Se não, você vai cair naquela história do produtor rural que começa só a dar um tratamento bom para as vaquinhas que produzem pouco e deixa de lado as que estão produzindo muito”, complementou.

Além de Dino, governadores do Norte e do Nordeste repudiaram a fala. Até mesmo o sudestino Renato Casagrande, governador do Espírito Santo, se disse contrário ao posicionamento. O Consórcio Nordeste, grupo que reúne os governadores da região, também se posicionou por meio de carta.

Com a repercussão negativa, Zema se manifestou novamente no final da noite de domingo (6), afirmando que “a união do Sul e Sudeste jamais será para diminuir outras regiões” e alegou ainda que “a distorção dos fatos provoca divisão, mas a força do Brasil está no trabalho em união”.

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