Imbróglio

Eleição na Venezuela atiça direita maranhense; esquerda fica em silêncio

A polêmica em torno da eleição venezuelana, ocorrida no último domingo (28), deu munição a políticos de direita maranhenses para realizarem diversas críticas à esquerda e seus defensores.

Pelas redes sociais, o deputado estadual e pré-candidato à prefeitura de São Luís, Yglésio Moyses (PRTB), gravou um vídeo no qual lembrou dos venezuelanos que vivem em São Luís, muitos deles em más condições.

“A Venezuela perdeu nos últimos anos cerca de 20% da população, muitos estão aqui nas nossas ruas, vocês sabem, gerando aumentos pros custos da saúde pública na cidade, pra assistência social. Afinal, nós não podemos desamparar nossos irmãos venezuelanos, mas eles também não merecem ser vítimas de uma ditadura sanguinária como essa que tem o apoio do presidente Lula do PT e de toda a esquerda”, declarou.

Outro nome da direita maranhense, a deputada estadual Mical Damasceno (PSD), conhecida pelos seus pronunciamentos de tom religioso, compartilhou um vídeo da líder opositora Maria Corina Machado recebendo oração de uma pastora.

Em tom mais sóbrio, o deputado federal Aluísio Mendes (Republicanos) também se manifestou: “A comunidade internacional não pode fechar os olhos para esta situação. É hora de exigir eleições verdadeiramente livres e justas para que o povo venezuelano possa decidir seu futuro de maneira democrática”, publicou no Instagram.

Lahesio Bonfim, que atualmente não tem mandato, mas continua militando em prol do campo político, compartilhou imagens de manifestações no país e comentou: “Tristeza vê (sic) tanto sofrimento aqui pertinho”. 

As falas contrastam com o silêncio que políticos da esquerda maranhense têm mantido sobre a situação. O próprio presidente Lula também tem evitado declarações públicas por enquanto. Oficialmente, o Governo do Brasil ainda não reconheceu a vitória de Nicolás Maduro e cobra a apresentação das atas de votação.

Maduro, que já está no poder há 11 anos, foi diplomado para mais um mandato como presidente após uma votação contestada. Ele foi declarado vencedor pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE), equivalente ao Tribunal Superior Eleitoral no Brasil (TSE), com 51,21% dos votos após 80% das urnas serem apuradas. O opositor aparece com 44,2%, segundo o CNE.

O resultado detalhado, no entanto, não foi apresentado, e a oposição afirma que o candidato Edmundo Gonzáles teve mais de 70%. Eles criaram um site onde publicaram as atas, enquanto o próprio site do órgão oficial venezuelano permanece fora do ar após alegações de um ataque hacker.

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