Guerra entre Dino e Brandão alveja Camarão
O Marrapá foi o primeiro veículo de imprensa do Maranhão a reportar o rompimento entre Flávio Dino e Carlos Brandão, ainda em 2022, poucos dias após o resultado do segundo turno das eleições presidenciais daquele ano. Em 16 de dezembro, o então indicado por Lula para o Ministério da Justiça confirmou, em coletiva, os nomes de Ricardo Cappelli e Diego Galdino para os principais cargos do Palácio da Justiça. A tensão nos bastidores, entretanto, era provocada por outro motivo, apesar de porta-vozes do Palácio dos Leões tentarem a todo custo desacreditar a informação divulgada em primeira mão por este portal.
Incomodado com a candidatura de Iracema Vale à presidência da Assembleia, o ex-governador ameaçava anunciar o rompimento ao vivo na coletiva para os principais veículos de imprensa do país, numa cena testemunhada por muitos. Ele queria a permanência de Othelino Neto no Palácio Manuel Beckman. Brandão, por sua vez, trabalhava abertamente por Iracema. Ali, iniciava-se a cisão do alegado “trio nordestino”. Os ânimos de Flávio Dino foram aplacados por aliados, como Rodrigo Lago e Carlos Lula, mas a relação entre o governador e o ex-governador nunca mais foi a mesma, chegando ao ápice do descontentamento nesta sexta-feira, em São Luís.
Sobrou para o vice-governador, alvo da queda de braço entre Dino e Brandão. Felipe tentava, esse tempo todo, se equilibrar em meio à guerra fria liderada pelas duas maiores lideranças da política recente do Maranhão. Contudo, ao que parece, ele terminou empurrado para um lado, evidenciando a crise conhecida por quem acompanha e vive os bastidores. Brandão, num tropeço retórico, diante do presidente Lula e da maioria da classe política do estado, deu a entender o que já se comentava a boca pequena: que Felipe não é o seu preferido para a sucessão de 2026.
Pouco antes, Felipe fora barrado na entrada de uma casa de eventos que servia como base de apoio para os políticos presentes. A organização do evento, sob a responsabilidade do gabinete do governador, deixou seu nome fora da lista enviada para a Abin e a Polícia Federal. Na comitiva presidencial, o clima não era diferente. Brandão lamentava abertamente que seu governo ainda não havia começado de fato, alegando que ainda pagava dívidas e buscava concluir obras inacabadas da gestão anterior. O colinense ainda reclamava do legado deixado pelo antecessor e da ferrenha oposição velada da qual é alvo, supostamente liderada de dentro de um dos gabinetes do Supremo Tribunal Federal na Praça dos Três Poderes.
A catarse, contudo, estaria guardada para o momento dos discursos no palanque armado na Litorânea, com os holofotes voltados para as falas, inflexões, gestos, aplausos e falta deles. Ciente da briga de foice no escuro formada por trás do palco, Lula buscou contemplar a todos, a fim de evitar o pior, fazendo a devida deferência aos personagens ali presentes, mas colocando os protagonistas do seu espetáculo político à beira-mar no devido lugar de destaque.
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4 respostas para “Guerra entre Dino e Brandão alveja Camarão”
O governador Brandão agiu corretamente ao não apoiar o dep. Othelino para a presidência da Alema, era necessário uma mudança na condução da Alema que estivesse aliada ao governador, pois sabemos que o dep. Othelino é aliado ao ministro FD.
Tudo leva a crer que o rompimento entre Dino e Brandão se deu mesmo por causa da não reeleição de Otelino Neto. Diante desse fato, acredito que Brandão agiu correto, estava na hora de pôr fim a prepotência de Otelino e seus mandatos sem fim e sem dar oportunidade a outros. Brandão agiu na medida.
Agora, Brandão não deve jamais se exaltar já que deve quase tudo ou tudo mesmo a Flávio Dino. No mínimo ele deve ter consideração por Dino na escolha ao governo, ou seja, dá atenção a indicação ao seu candidato, que é Felipe Camarão, homem de uma simpatia extrema, além da competência que tem.
Se hoje os dois polos permanecerem com ideias antagônicas quanto a escolha do candidato ao governo, acredito eu que FD levará melhor com a indicação de seu pupilo Camarão. A presidente da Assembleia é muito desconhecida e aparentemente sem preparo, sendo a presidência já de bom tamanho pra ela. Se a disputa seguir esse rito, Dino tem tudo pra levar a melhor, mesmo Brandão no controle da máquina.
Evento sem o POVO não tem significado nenhum.
Os maus políticos só se aproximam quando começam as campanhas, mas, o POVO tá ligado contra essa artimanha.
Flávio Dino cometeu dois erros recentes na política: 1- Ter eleito Carlos Brandão ao governo; 2- Ter saído formalmente da política e ser submetido a ficar trancafiado no STF para agradar Lula; Qual era a dele qdo o PT pressionava o Presidente a exonerá-lo do MInistério? No momento do convite deveria ter dito: Presidente, mto obg pelo convite ao STF, mas a minha paixão e a minha missão está na politica e honrarei os mais de 2milhões de votos que o MA me deu e vou a continuar a representar meu estado no senado. Mas n fez isso, preferiu ir para o STF e perder poder, pois no MA, a não ser que volte a cena política, ninguém mais o quer respeitar pq sabem que o STF o afastou da política partidária, do corpo a corpo. VC MARRAPÁ fez uma inteligente observação: Qdo Brandão impôs Iracema Vale á ALEMA, ele lá atrás já PEITOU FD e fazer isso em 2026 com Felipe Camarão parece ser o caminho, visto que ele já mostrou que não é muito afeto a cumprir acordos, vide Otelino Neto. A política tbm é construída pelas simbologias; e o que se vê hj é uma Iracema Vale vitaminada pela força do governo, andando em todos os eventos ao lado de Brandão e pareçendo gostar da ideia em sucedê-lo; Do outro lado, temos um ótimo candidato chamado Felipe Camarão, jovem, simples, carismático e competente, que vai precisar de mta paciência para se manter vivo até 2026 e provavelmente enfrentar a máquina e os Brandão; Só um fato reequilibraria as forças políticas no MA e poderia impor medo aos Brandão, a volta do coringa Flávio Dino á política, visto que odiado ou amado, uma coisa é certa: é ele que tem voto no MA.