O ex-presidente José Sarney (PMDB) deve ter entrado em pânico com a prisão, nesta sexta-feira (2), do ex-presidente da Valec, José Francisco das Neves, o Juquinha, pela Polícia Federal, em mais um desdobramento da operação de Volta aos Trilhos.

Juquinha é apontado como operador da propina destinada ao grupo Sarney por meio de fraudes na execução da obra da ferrovia Norte-Sul. Segundo delatores da Odebrecht, pessoas ligadas ao ex-presidente receberam entre 2008 e 2009 cerca de 1% sobre o contrato das obras da ferrovia tocadas pela construtora. No esquema, o oligarca maranhense era conhecido pelo codinome ‘o Grande Chefe”.

A prisão de Juquinha foi pedida pelo Ministério Público Federal, em Goiás, na Operação De Volta aos Trilhos. Segundo reportagem do Jornal o Estado de São Paulo, um dos investigados na operação afirmou que Juquinha “sempre esteve pessoalmente presente e diretamente atuante em todos os atos de ocultação e dissimulação do patrimônio ilicitamente amealhado”.

O ex-presidente da Valec e seu filho, Jader Ferreira das Neves, já foram condenados em outra operação  – O Trem Pagador – a, respectivamente, 10 e 7 anos de reclusão, por fraudes em licitações, peculato e corrupção nas obras de construção da Norte-Sul.

O grande temor de Sarney é que para amenizar as penas, Juquinha e o filho aceitem fechar um acordo de Deleção Premiada. Caso isso ocorra, a situação do peemedebista deverá se complicar ainda mais no âmbito da Operação Lava Jato, onde Sarney é acusado de receber propina, além de tentar barrar e atrapalhar as investigações.