A Prefeitura de Vitorino Freire foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira, 18, por suspeita de desvio de recursos públicos na área da saúde. Segundo as investigações, uma organização criminosa atuava para aumentar os repasses federais provenientes de emendas parlamentares. A Operação Hygeia descobriu que o grupo inseria dados falsos nos sistemas do Ministério da Saúde. Em 2021, foram registradas 800,5 mil consultas, e o valor da produção ambulatorial chegou a R$ 1.057,00 per capita, enquanto a média nacional foi de R$ 164,77 no mesmo período.

De acordo com uma auditoria da Controladoria Geral da União (CGU), a maior parte dos recursos das emendas era destinada a um contrato fraudulento entre um empresário e um servidor da Secretaria Municipal da Saúde. O contrato envolvia o fornecimento de mão de obra médica, com o objetivo de “frustrar a competição de licitação” e superfaturar os serviços, segundo a PF.

A Justiça Federal determinou o bloqueio de até R$ 4,6 milhões em bens e valores dos investigados, além da suspensão do exercício da função pública do servidor e do direito de participação em licitações do empresário. A PF continuará a operação com base nos materiais apreendidos.

A prefeita do município, Luanna Rezende, já havia sido alvo de outra operação da PF em setembro do ano passado, que investigava suspeitas de desvio de verbas federais da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Na época, ela foi afastada do cargo, mas a decisão foi revertida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso.