O grupo estadual do Partido dos Trabalhadores aliado ao governadora Flávio Dino (PCdoB) corre o risco de reeditar um drama do passado: ter a legenda aos pés do grupo Sarney no Maranhão por determinação das instâncias superiores. Na viagem que empreenderá pelo Nordeste para deflagrar sua campanha à Presidência, Lula anunciou que vai procurar líderes regionais do PMDB para discutir sobre sua campanha. Dentre os líderes está o ex-presidente José Sarney (PMDB), segundo informa o portal UOL, da Folha de S. Paulo.

Na véspera de realizar o 6º Congresso Nacional e de mais um Processo de Eleição Direta nos estados, PED, que escolherá diretórios e delegados para a instância, o PT explicita sua contradição. A agenda de Lula na região contraria a orientação do secretário de Formação do PT, Carlos Árabe, sobre alianças partidárias no pleito de 2018. “Só não faremos alianças com golpistas”, sublinha o secretário. Ao mesmo tempo, Árabe transfere a decisão final “para as forças de esquerda”. Nesse espectro não cabe o partido do presidente Temer, usurpador do mandato do PT.

Em 2014 Lula pediu voto para Edinho Lobão, repetindo o feito para Roseana Sarney nos dois pleitos anteriores. Dilma Rousseff apoiou Flávio Dino, único governador a defender o mandato da petista contra os golpistas do PMDB. O grupo do PT aliado do PMDB no Maranhão está mais próximo do PCdoB, mas pronto para acatar a orientação do líder maior. Lula considerava Sarney especial. Artífice do golpe contra Dilma, Sarney é Temer como foi Lula e os militares no passado.