O silêncio de Lula afasta ainda mais o ministro Flávio Dino da cadeira deixada por Rosa Weber no Supremo Tribunal Federal. Até para não ser atingido pelos estilhaços da bomba que recaiu sobre o Ministério da Justiça e Segurança Pública, com as visitas incômodas de uma mulher com ligações a uma facção criminosa, o petista calou-se e deixou a defesa de Dino a cargo dele mesmo.

Embora a atitude tenha sido a mesma em casos envolvendo outros ocupantes da Esplanada dos Ministérios, intervindo somente na hora de realizar a substituição de peças — como Daniela do Waguinho —, o caso de Dino é diferente.

Precisando dar um destino ao ex-governador, Lula não consegue vê-lo como indicação ao STF, ao menos não sem correr o risco de um vexame na votação em plenário pelo Senado Federal.

Logo, segundo a jornalista Roseann Kennedy (Estadão), a disputa se afunila entre Jorge Messias (AGU) e Bruno Dantas (TCU), com ligeira vantagem para o primeiro.

Para petistas, se Dino tivesse se preocupado mais com o ministério e menos com a vaga na Suprema Corte, esse episódio não teria acontecido.

Lula havia prometido decidir quem seria seu indicado nesta semana. Com o escândalo da recepção a um grupo de mulheres no prédio do MJSP, estando em meio a elas a primeira-dama do Comando Vermelho amazonense, a decisão deve ser adiada em mais alguns dias. Ou antecipada em desfavor de Dino.