Roseana Sarney e o cunhado Ricardo Murad, ex-secretário de Saúde do Maranhão, encenam uma divergência que poderá levá-los ao rompimento político ou o sacrifício do segundo. Absolvida das acusações do Ministério Público no processo que investiga suposto desvio de mais de R$ 1,95 milhão dos recursos da saúde, Roseana deixa apenas as digitais de Murad na operação da reconhecida Máfia da Saúde.

Os desvios do Programa “Saúde é Vida”, movimentado pela promessa de construir 72 hospitais de médio porte sem nenhum critério, abasteceu campanhas de aliados e da própria governadora. A deputada Andrea Murad é uma das beneficiárias das supostas fraudes.

Sabedora do caráter nada sólido do cunhado, Roseana instituiu Ricardo Murad como ordenador de despesa do programa. Foi este o principal argumento jurídico utilizado pela defesa da ex-governadora, acatado em decisão pelo juiz Clésio Coelho Cunha.

“Não era ordenadora de despesas para pagamento das obras e serviços executados na Secretaria de Estado da Saúde, sendo que cabia ao Secretário de Saúde Ricardo Jorge Murad esta atribuição, e no direito financeiro cabe ao ordenador de despesas demostrar a regularidade da sua atuação administrativa”, destacou.

Com a decisão do juiz, Ricardo Murad foi jogado à cova dos leões. Passou a figurar no processo como chefe da quadrilha que desviou recurso da saúde do Maranhão. É a gratidão ao servil que complicará ou poderá colocar de vez na cova os planos eleitorais dos Murad.