Em entrevista a Rádio Timbira, nesta terça-feira (8), o promotor Paulo Ramos, titular da 2º Promotoria de Justiça de Defesa da Ordem Tributária e Econômica de São Luís e responsável pela “Operação Simulacro”, confirmou que o dinheiro desviado dos cofres públicos do Estado, através de uma organização criminosa instalada na Secretaria de Fazenda, foi utilizado para o financiamento de campanhas eleitorais.

Durante a coletiva de imprensa na última quinta-feira (3), na sede do Ministério Público, o promotor havia dito que existia uma suspeita sobre esse “financiamento eleitoral”. Uma semana depois com o andar das investigações, Paulo Ramos ao que tudo indica, encontrou novos indícios para poder afirmar que parte do dinheiro foi utilizado em campanhas.

“Foram milhões desviados que poderiam ter sido aplicados adequadamente na saúde, educação e infraestrutura, mas serviram para alimentar os bolsos desses larápios que desviaram dinheiro público. Recursos também para alimentar campanhas eleitorais”, confirmou.

A Máfia da Sefaz atuou entre os anos de 2009 e 2014, período com duas eleições. Roseana Sarney concorreu ao Governo do Estado em 2010 e o ex-secretário da Fazenda, Cláudio Trinchão, foi candidato a deputado federal em 2014. Ambos responderão pelos crimes de peculato, prevaricação, fraude à administração fazendária e participação em organização criminosa.

Paulo Ramos ainda voltou a dizer que existem elementos suficientes para condenar todas as pessoas envolvidas. O esquema causou um rombo de quase R$ 1 bilhão ao erário, com a concessão de regimes especiais a empresas e na negociação de precatórios.

“Se a denúncia fosse ridícula, ela não seria aceita e eles não estariam tão incomodados. Eles sabem que a denúncia tem fundamento. Ela está assentada em mais de 4 mil documentos. Eles criaram o esquema criminoso e, agora, não querem pagar por terem cometido crimes”.