A delação premiada do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, causou um efeito dominó no Governo do interino de Michel Temer e na cúpula do PMDB. Dois ministros já caíram, o presidente do Senado, Renan Calheiros, virou suspeito de tentar interferir na Operação Lava Jato e deve provocar grandes desdobramentos aqui no Maranhão, mais precisamente em três nomes; Sarney, Roseana e Lobão.

Não é só o ex-presidente José Sarney que anda amedrontado com medo de que “a ajuda” que recebeu de Machado seja revelada. Roseana e Lobão entram no rol de figuras importantes do PMDB que podem estar mira do acordo de delação premiada assinado por Expedito Machado, o Did, apontado como um dos operadores financeiros do PMDB no Senado. Did é filho caçula do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado e seguiu os passos do pai em contar tudo que sabe.

A delação premiada de Did pode ser tão devastadora quanto a do pai. Enquanto, Sérgio Machado mostrou as ligações da cúpula do PMDB em tirar a presidente afastada Dilma Rousseff do poder e em frear as investigações da Lava Jato, Expedito teria mostrado o caminho percorrido pelo dinheiro desviado de obras e contratos da Transpetro. Esse mapa da mina, é justamente o que anda assustando Sarney. Especula-se que Roseana e Lobão receberam dinheiro sujo da Transpetro para suas campanhas eleitorais.

Na mídia nacional, as informações prestadas por Expedito são avaliadas como mais comprometedoras que os áudios gravados por seu pai e envolvem ainda mais o senador e ministro Romero Jucá (PMDB-RR) e José Sarney.

Sérgio Machado já revelou em seu depoimento que Renan, Sarney, Jucá e Lobão eram beneficiários diretos do esquema que desvia recursos da estatal. Inclusive pagou propina em mãos a eles. A grande diferença da sua delação, para as outras é que ele fazia diretamente os repasses, seja por doações legais das empresas fornecedoras da Transpetro e até mesmo em dinheiro vivo.

Não é por acaso que os peemedebistas quiseram evitar a prisão dele.

Vale lembrar que Roseana já é acusada pelo Ministério Público de desviar R$ 150 milhões da Saúde do Maranhão quando era governadora, além de cobrar propina para adiantar o pagamento de precatório a empreiteira UTC/Constran.  Lobão é investigado por ser um dos principais beneficiários do dinheiro desviado da Petrobras na Operação Lava Jato quando era ministro de Minas e Energia, também é suspeito de ser sócio oculto de um fundo de investimentos nas Ilhas Caymam que operou diversas fraudes.

O nome dos três também foram encontrados em uma lista da Odebrecht como beneficiários de pagamento de propina realizados pela empreiteira que chamava os políticos de “Escritor”, “Princesinha e “Sonlo”.

Nos últimos dias Sarney e Roseana estiveram em reuniões constantes com o advogado Kakay, para traçar estratégias de defesa, já prevendo novas denúncias que vão surgir nos próximos dias.