Antigos clichês

O Maranhão não é só Maranhãozinho, Valdemar

O presidente nacional do Partido Liberal (PL), Valdemar da Costa Neto, disse ao jornal O Globo que “há lugares no Brasil, como no Maranhão, onde não há esquerda e direita. Há gente com fome.”

A fala reflete a visão simplista da elite política sobre o estado, ignorando suas diversas regiões. Presidente estadual do PL, o deputado federal Josimar de Maranhãozinho é o principal elo entre o diretório local e a executiva nacional, liderada por Valdemar.

Para Costa Neto, a ausência de polarização ideológica no Maranhão dificulta a busca por lideranças bolsonaristas. Na última eleição municipal, o PL formou aliança com o PT em São Luís, algo que Jair Bolsonaro, principal nome do partido, jamais consideraria.

O presidente do PL também mencionou a necessidade de alianças com eleitores tradicionais do PT no Nordeste. Contudo, essa visão parece ancorada em clichês sobre o estado, que já superou a fama de falta de oportunidades e desenvolvimento.

Além de polos econômicos como São Luís, Imperatriz e Balsas, o Maranhão é um importante destino turístico e cultural, com a capital e os Lençóis Maranhenses reconhecidos como Patrimônio da Humanidade.

Valdemar também ignora regiões onde Bolsonaro obteve apoio expressivo. Em Imperatriz, o ex-presidente venceu Lula em 2022 com 54,79% dos votos, e a direita permanece forte com Mariana Carvalho (Republicanos) chegando ao segundo turno.

O Maranhão não se resume a Zé Doca, Maranhãozinho e Barreirinhas, Valdemar.

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