BARBA, CABELO E BIGODE

Operação contra desvios de dinheiro da COVID-19 enquadra prefeituras no Maranhão e Piauí

A Operação Mustache, deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta terça-feira (12), mobilizou os esforços de centenas de agentes no cumprimento de mandados de busca e apreensão em prefeituras, secretarias e endereços de pessoas físicas pelo estado e no vizinho Piauí. A acusação é de que as administrações teriam desviado recursos destinados ao combate e tratamento de sequelas da Covid-19 nas localidades.

O Marrapá teve acesso à lista de alvos da PF e, ao contrário do afirmado em alguns sites e portais locais e nacionais, esta operação não teve como alvo o município de São Luís, seja na administração atual, de Eduardo Braide, ou na anterior, de Edivaldo Holanda Júnior.

O único endereço em São Luís citado na lista é ligado a um piauiense e fica localizado no bairro São Cristóvão. Os demais, no Maranhão, foram as prefeituras de Paço do Lumiar, São Bernardo, Tutóia e Magalhães de Almeida, além das secretarias de Administração e Finanças de Paço e as de Saúde e Educação de São Bernardo. No estado vizinho, as prefeituras de Monsenhor Gil, Luzilândia, Madeiro, Campo Maior e Uruçuí receberam visitas de agentes da Polícia Federal.

Por não constar na informação policial a indicação dos endereços, não foi deferida a realização de busca e apreensão na Secretaria de Saúde de Paço do Lumiar e na Secretaria de Educação de Monsenhor Gil (PI).

Os mandados, no caso dos órgãos públicos, abrangiam somente os departamentos ligados a licitações e contratos, não podendo os agentes adentrarem em outros espaços ou no gabinete dos prefeitos.

A investigação, fruto de denúncias da Controladoria-Geral da União, apontou indícios de irregularidades na atuação da empresa V E Rocha Ferreira em licitações de várias cidades nos dois estados. A empresa não pertenceria ao titular, cadastrado em programas sociais do governo, cuja esposa teria recebido Auxílio Emergencial durante a pandemia. O real operador da empresa seria servidor público da Assembleia Legislativa do Piauí. No endereço em que funcionaria a firma, está instalada uma barbearia (daí o nome da operação). A V E Rocha Ferreira atuaria em conluio com as empresas Mauricio e Luana Ltda. e Nogueira Alencar Ltda., participando concomitantemente de licitações nestes municípios.

A concessão dos mandados de busca e apreensão foi deferida pelo juiz Gustavo André Oliveira dos Santos, do TRF-1, no último dia 30 de novembro.

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