Reeleito com expressivos 70% dos votos em São Luís, o prefeito Eduardo Braide (PSD) deixou de lado sua conhecida neutralidade e fez um discurso da vitória repleto de recados. “Aqui em São Luís quem manda é o povo”, afirmou logo no início da fala.

Braide teve como principal concorrente Duarte Júnior (PSB), apoiado pelo Governo do Estado, presidente Lula e 12 partidos. “Nós lutamos e enfrentamos muito e muitos poderosos”, completou, lembrando que teve a maior votação para prefeito do partido em todo o país.

Ao contrário do rival, que adotou uma fala conciliadora após a totalização dos votos, o gestor não baixou o tom, ao afirmar que “nunca tinha enfrentado um adversário tão baixo e sem caráter”.

Sobrou também uma crítica direta ao governador Carlos Brandão (PSB). O prefeito falou sobre a polêmica e torno dos eventos promovidos pela administração municipal. Os shows do aniversário de São Luís foram alvos de questionamento judicial pela campanha adversária.

“Tinha candidato dizendo que ia privatizar os eventos de São Luís. E quando você privatiza os eventos, a primeira coisa que fazem sabe o que que é? Fecham as portas na cara dos nossos vendedores. Assim foi o São João que fizeram lá no Castelão”, disparou sobre o Bumba Meu São João, promovido pelo Governo do Estado, em parceria com uma empresa privada. Ele aproveitou para anunciar um “grande Reveillón”.

Contrariando as pressões sofridas antes do período eleitoral, Eduardo agradeceu a vice, Esmênia Miranda. Conforme noticiado pelo Marrapá na época, houve propostas para que outros nomes assumissem o posto, mas ele insistiu para manter a companheira de chapa.

“Durante o primeiro mandato, vocês acompanharam. Todas as vezes que a Câmara quis me afastar porque eu estava trabalhando, ela estava do meu lado. Estava no meu gabinete, estava conversando comigo, mas me ajudando a cuidar da cidade todos os dias. E foi por isso que eu escolhi ela pra continuar sendo a nossa vice-prefeita de São Luís”, disse no discurso.

Outro recado diz respeito a imagem de “outsider” construída desde a primeira tentativa de eleição para prefeito, ainda que Eduardo Braide esteja na política desde 2004 e pertença a uma família com ampla tradição em cargos públicos: “a gente tá começando a colocar uma pá de terra em cima da velha política”.

Sobre as obras tidas pelos adversários como “eleitoreiras”, ele garantiu que continuarão a ser entregues até o fim do ano, com 100 delas previstas.