Com a partida de Flávio Dino rumo ao exílio no Supremo Tribunal Federal, quem assume posição privilegiada no organograma político do Maranhão é o vice-governador Felipe Camarão (PT). A ausência do ministro faz de Camarão, ao lado do governador Carlos Brandão (PSB), o mais relevante cabo eleitoral do estado, tanto pela expectativa que começa a se formar para que ele dispute a sucessão ao Palácio dos Leões daqui a dois anos, quanto pela posição de liderança que Felipe ocupa na Federação Brasil da Esperança, formada por PT, PCdoB e PV.

Enquanto Brandão tem o ponteiro do relógio como adversário, Camarão começa a ser reconhecido como sucessor natural da cadeira do Palácio dos Leões, beneficiado pela expectativa de poder de prefeitos em busca de reeleição, de novos e velhos líderes políticos e dos pré-candidatos que aguardam chancela para as eleições deste ano.

Nacionalmente, o vice-governador tende a assumir cada vez mais protagonismo junto a deputados e senadores, organizando o PT estadual para o pleito deste ano, consolidando-se como um estratégico aliado de Lula no Nordeste e principal interlocutor dos interesses políticos e eleitorais do Palácio do Planalto junto aos maranhenses.

O sucesso do PT nas urnas em 2024, seja com candidaturas próprias ou alianças estratégicas, pavimentará os caminhos do partido para 2026, local e nacionalmente. E a executiva nacional do partido vê em Felipe o rosto a liderar os rumos petistas no Maranhão daqui por diante.