Há um consenso no Partido dos Trabalhadores (PT) de que as eleições municipais tendem a ser menos influenciadas pelas disputas nacionais, com eleitores focados em questões locais como educação, saúde, segurança e transporte. No entanto, o PT pretende desafiar essa lógica, incentivando seus candidatos a nacionalizar o debate e destacar programas federais. A informação foi divulgada pela Veja.

“Estamos em um ano crucial, em que a agenda geral do Brasil tem que se materializar numa agenda municipal”, afirmou João Brant, secretário nacional de Políticas Digitais da Secom, durante a aula inaugural de um curso ministrado a candidatos do partido. A iniciativa serve para ensinar a militância e os candidatos a cargos eletivos técnicas de atuação nos embates digitais

A estratégia visa vincular os debates municipais às ações do governo federal para garantir uma reeleição sólida em 2026. Desde o início do ano, a equipe de comunicação do Palácio do Planalto e os marqueteiros do PT têm trabalhado intensamente para reverter a queda de popularidade do presidente Lula.

Pesquisas recentes indicam que a desaprovação do governo supera a aprovação. Os petistas atribuem esses índices não à insatisfação do eleitor, mas ao desgaste causado pela dificuldade crônica de enfrentar os opositores nas redes sociais.

Adicionalmente, a legenda busca ajustar o discurso dos candidatos para ressoar com preocupações comuns, como a família. A orientação já está sendo testada pelo presidente Lula, que, em seus discursos, tem enfatizado palavras como “Deus”, “fé” e “família” para se conectar com a maioria da sociedade.

Essa mudança de abordagem visa melhorar o desempenho eleitoral, especialmente entre o eleitorado religioso, e aproximar Lula dos segmentos que rejeitam suas propostas, adaptando-se às novas demandas do cenário político.