Setores do PT intensificam pedido por Ministério da Segurança Pública
Após o atentado na madrugada desta quinta-feira (05) a um quiosque na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, que culminou na morte de três médicos, setores mais à esquerda do Partido dos Trabalhadores recarregaram a pressão sobre a atuação de Flávio Dino enquanto Ministro da Justiça e Segurança Pública.
As críticas, em especial, são sobre a área de segurança, onde o bombardeio vem de todos os lados. Opositores, desde o início, apontam falhas na gestão do ex-governador do Maranhão. Aliados passaram ao ataque após perceber uma crescente na sensação de insegurança da população.
O desejo de que alguém mais alinhado ao petismo tome conta de um eventual Ministério da Segurança Pública também move os anseios da ala progressista do PT.
Em nota sobre o episódio da madrugada, onde uma das vítimas foi o irmão da deputada federal Sâmia Bonfim (PSOL-SP) e cunhado do deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ), a direção nacional da Articulação de Esquerda do PT propôs a federalização imediata das investigações – por envolver indiretamente dois parlamentares – além de exigir providências imediatas da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, no sentido de garantir proteção a Sâmia e Glauber.
Flávio Dino se antecipou ao primeiro pedido: “Em face da hipótese de relação com a atuação de dois parlamentares federais, determinei à Polícia Federal que acompanhe as investigações sobre a execução de médicos no Rio. Após essas providências iniciais imediatas, analisaremos juridicamente o caso”, publicou nas redes sociais.
O texto da corrente petista também afirma que “medidas imediatas são necessárias, entre as quais a criação do Ministério da Segurança Pública”, reforçando a tese de divisão da atual estrutura tão logo Dino deixe o cargo atual.
Veja a nota na íntegra abaixo:
Nota sobre os assassinatos
Na madrugada desta quinta-feira, 5 de outubro de 2023, ocorreu mais uma chacina no Rio de Janeiro. As vítimas foram três médicos. Um dos médicos assassinados chama-se Diego Ralf Bomfim, irmão da deputada federal Sâmia Bomfim e cunhado do também deputado federal Glauber Braga.
Manifestamos nossa solidariedade aos familiares e amigos dos três médicos assassinados. Propomos a federalização imediata das investigações, uma vez que há fortes indícios de que a execução tem motivos políticos, entre os quais intimidar dois parlamentares federais. E exigimos que a Mesa da Câmara dos Deputados adote medidas imediatas de proteção a Sâmia e Glauber, ambas parlamentares do PSOL.
De resto, o episódio – assim como o resultado da recente eleição dos conselhos tutelares – demonstra que a extrema direita segue viva, atuando e assassinando. Ainda não viramos a página do golpe, ainda não viramos a página do bolsonarismo. Medidas imediatas são necessárias, entre as quais a criação do Ministério da Segurança Pública.
A direção nacional da tendencia petista Articulação de Esquerda
5 de outubro de 2023
FOTO: Wallace Martins/Futura Press/Estadão Conteúdo
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