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Moro omitiu pagamento por palestra quando juiz

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, não prestou contas de valores recebidos por palestra dada em Novo Hamburgo (RS) quando era o juiz responsável pela Operação Lava Jato no Paraná. Reportagem do jornal Folha de São Paulo e do site Intercept publicada nesta domingo (4) aponta que ele mencionou o evento em conversa com o procurador Deltan Dallagnol.

De acordo com a Folha, Moro ganhou pela palestra um pagamento de RS 10 mil a R$ 15 mil.

Em diálogo no aplicativo de mensagens Telegram, Moro disse ao chefe da Força Tarefa da Lava Jato no MPF (Ministério Público Federal) que o grupo Sinos, empresa gaúcha, queria fazer um convite ao procurador.

“Ano passado dei uma palestra lá para eles, bem organizada e bem paga”, afirmou Moro. Deltan respondeu: “passa sim!”.

Resolução do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) torna obrigatório a todos os juízes que encaminhem informações sobre eventos e palestras. Os magistrados têm 30 dias para dias para prestar contas e precisam declarar data, assunto, local e entidade responsável pelo contrato.

Em resposta à Folha, Moro afirmou que declarou os dados de sua palestra não foram informados por “puro lapso” e que os valores recebidos foram doados a uma entidade beneficente.

Em nota o Ministério da Justiça e Segurança Pública reforçou que não reconhece a autenticidade das mensagens vazadas e encaminhou uma cópia do valor doado para caridade

Deltan tentou criar empresa de palestra

No dia 13 de julho, diálogos divulgados pelo site The Intercept e pelo jornal Folha de São Paulo indicaram que Deltan tentou tirar vantagens financeiras da fama adquirida enquanto coordenador da força-tarefa da Operação Lava-Jato.

Segundo as mensagens, ele discutiu com um colega de profissão a criação de uma empresa, em que não apareceria como sócio, para organizar eventos e palestras e, assim, lucrar com a visibilidade e os contatos obtidos através da Lava Jato. (Congresso em Foco)

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