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Os braços fortes da saúde no Maranhão

A universalidade e a amplitude do Sistema Único de Saúde (SUS) já rendeu ao Brasil reconhecimento mundial no que se refere à saúde pública. Segundo suas diretrizes, a gestão das ações e dos serviços de saúde deve ser solidária e participativa entre União, os Estados e os municípios.

Mas essa diretriz colaborativa ainda está distante possibilitar uma realidade financeira saudável ao Maranhão. Além de ser o quarto Estado que menos recebe recursos SUS por cada serviço executado, o Maranhão recebe 40% a menos do sistema por cada serviço executado do que os Estados que mais recebem essas verbas.

Hoje, o Maranhão sustenta sozinho, sem contribuição do SUS, grande parte dos atendimentos nos hospitais. A hemodiálise no hospital de Pinheiro, por exemplo, é 100% financiada pelo Estado. São mais de R$ 5 milhões por ano. Outro exemplo é o serviço de oncologia em Caxias, sustentado somente pelo governo do Estado, com mais de R$ 5 milhões por ano.

Corre por fora, ainda, o fato de muitos hospitais do Estado fazerem atendimentos que caberiam aos municípios. Os partos, por exemplo, que de acordo com o SUS cabe aos municípios. Só entre os nove grandes hospitais que a Secretaria de Saúde do Estado abriu desde 2015, são R$ 35 milhões por mês de custo.

Cabe também lembrar que muitos hospitais planejados antes de 2015 não seguiram as regras do SUS, portanto não puderam receber verbas federais. Isso impactou os custos para o Estado até hoje.

Com esse panorama e com a crise econômica nacional que tem reduzido as transferências federais para o Maranhão desde 2015, os braços fortes da saúde no Maranhão precisam encontrar alguns apoios para que não deixem de dar suporte à saúde dos maranhenses. O desafio que se põe é de ordem criativa e de planejamento. Urge um redesenho do sistema de saúde para evitar que recursos estaduais, já escassos, sejam desperdiçados.

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