Shows musicais estão autorizados a acontecer visando arrecadar recursos para campanhas às eleições deste ano para prefeitos e vereadores em todo o país. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) autorizou a realização dos eventos em sessão na última terça-feira (27), permitindo ainda a presença e manifestação dos candidatos.

Os organizadores das apresentações devem informar explicitamente o objetivo e destinação final dos recursos obtidos com vendas de ingressos, bem como todos os valores devem constar nas prestações de contas eleitorais dos candidatos.

Uma das principais vozes a favor da liberação nas audiências públicas promovidas pelo TSE foi a produtora cultural Paula Lavigne, cuja empresa é representada pelo advogado Lucas Lazari.

Mulher do cantor Caetano Veloso, Paula organizou apresentações musicais com o objetivo de reunir doações para candidatos defendidos pelo músico nos últimos dois ciclos eleitorais – como Guilherme Boulos (PSOL), que disputou a prefeitura de São Paulo em 2020 e concorrerá ao cargo novamente neste ano, e Manuela D’Ávila (PCdoB), que tentou se eleger em Porto Alegre naquele mesmo ano. Os candidatos não compareceram aos eventos temendo sofrerem sanções da Justiça Eleitoral.

“O que defendemos na audiência pública foi que não faz sentido que em um evento em que todos os presentes pagaram para contribuir com a campanha eleitoral, o candidato e o artista não possam falar, com os presentes, justamente sobre a campanha”, argumentou o advogado de Lavigne ao Estadão.