O suplente de deputado federal Edilázio Junior, presidente estadual do PSD e assessor direto da Petrobras na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva, é um dos principais alvos da operação deflagrada pela Polícia Federal para desmantelar uma quadrilha acusada de vender decisões judiciais e fraudar o Banco do Nordeste.

Edilázio foi alvo de mandados de busca e apreensão em sua residência e no escritório localizado no Jaracati Shopping, em São Luís. A operação também incluiu sua sogra, Nelma Sarney, desembargadora afastada do Tribunal de Justiça do Maranhão, além dos desembargadores Guerreiro Junior, Marcelino Everton Chaves e Luiz Gonzaga Almeida Filho. Também estão na lista de investigados os juízes Cristiano Simas de Sousa, Alice de Sousa Rocha e Sidney Cardoso Ramos, além de quatorze advogados cujos nomes constam nos documentos judiciais.

As investigações apontam suspeitas de manipulação de processos no Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA) para obter vantagens financeiras, envolvendo uma ação no valor de R$ 18 milhões. Um dos advogados, ex-funcionário do banco, teria sido aliciado para mover uma ação contra a instituição, com o objetivo de garantir o pagamento de salários milionários. Segundo as investigações, o processo resultou na liberação da indenização milionária apenas 18 minutos após a petição, com ordem imediata de pagamento por parte do banco.

Ao todo, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) expediu 55 mandados de busca e apreensão nos estados do Maranhão, Pará e Rio de Janeiro. Entre as medidas cautelares estão o sequestro e bloqueio de bens dos suspeitos, monitoramento eletrônico, afastamento de cargos públicos, proibição de acesso ao Tribunal de Justiça do Maranhão e restrição de contato entre os investigados.

Os crimes investigados incluem organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva. As penas podem ultrapassar 15 anos de prisão para cada um dos envolvidos.