CONTRADIÇÕES

MP aponta divergências em laudos sobre incêndio no Rio Anil Shopping

As investigações conduzidas pelo Ministério Público do Maranhão (MP-MA) sobre o incêndio ocorrido em uma sala de cinema da rede Cinesystem, no Rio Anil Shopping, revelaram discrepâncias entre os laudos emitidos pelo Instituto de Criminalística (ICRIM) e pelo Corpo de Bombeiros do Maranhão (CBMMA) acerca das causas do incidente. Os documentos estão sob análise dos investigadores da Polícia Civil.

O trágico episódio ocorreu em 7 de março e resultou na morte de duas pessoas, além de deixar mais de 20 feridas. Segundo a promotora do consumidor, Lítia Cavalcanti, que teve acesso aos laudos, foram apresentadas duas versões distintas pelo ICRIM e pelo Corpo de Bombeiros do Maranhão.

O laudo emitido pelo CBMMA aponta que, durante a aplicação de manta asfáltica no telhado, uma chama pode ter se propagado, incendiando o material utilizado no entre forro do telhado do shopping. O telhado do estabelecimento seria revestido com isopor, um material inflamável, o que teria ocasionado o incêndio. Já o parecer emitido pelo ICRIM indica que o fogo teria tido origem no projetor de filmes instalado na sala de cinema atingida pelas chamas.

Lítia Cavalcanti explicou que, devido às divergências, o Ministério Público optou por notificar a empresa fabricante dos projetores, Barco LTDA, e a BRMalls, administradora do Rio Anil Shopping. Além disso, o MP também acionou a Secretaria Nacional para que todos os retroprojetores produzidos pela empresa no país sejam retirados das salas de cinema.

“Essa divergência é bastante séria e, em toda a minha carreira, jamais me deparei com algo semelhante. Devido ao laudo do ICRIM, que aponta o projetor da empresa Barco LTDA como o ponto de origem do fogo, incluímos a fabricante do projetor no polo passivo, já que ocorreu o maior acidente de consumo na história de São Luís. Levando em consideração essa possibilidade aventada pelo ICRIM, é necessário recolher os projetores de todas as salas em todo o Brasil, pois isso pode ocorrer em qualquer lugar. Já notificamos a Secretaria Nacional, a Barco e também a BRMalls, pois eles são os responsáveis pela administração da estrutura física do shopping, sendo a maior empresa de administração de shoppings da América Latina”, declarou Lítia.

Os laudos estão em poder da Superintendência de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP), órgão responsável pela investigação do caso, desde o último dia 31 de maio.

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