reencontro indigesto

Dino, a “lealdade” de Brandão e o jantar dos escolhidos

Durante a sessão solene em homenagem ao senador Flávio Dino (PSB) na Assembleia Legislativa do Maranhão, na última sexta-feira (02), não passaram despercebidas as expressões faciais do ex-ministro da Justiça ao discurso de “lealdade” apregoado pelo governador Carlos Brandão (PSB) em sua fala. Quase que cobrando uma fatura ou “puxando um feito”, como diz o dito popular, Brandão fez questão de relembrar Dino do início de sua carreira política.

Pouco conhecido da população maranhense até então, Flávio decidira deixar a magistratura e embarcar na política. Para isso, precisava de um padrinho. Eis que o então deputado federal Carlos Brandão decidiu compadecer-se, emprestando ao neófito cerca de 50 mil votos.

A mesma ladainha já foi compartilhada publicamente por Brandão tempos atrás, e repetida no seio privado do governador de há muito.

Em cada palavra de Brandão para justificar sua “lealdade”, era possível ler, no semblante de Dino, a resposta para tais observações. As mãos se revezavam entre o queixo e a mesa, em uma clara demonstração de inquietude. Nos olhos e na expressão fechada e reflexiva, quem ladeava o ex-governador conseguia decifrar facilmente o que se passava em seus pensamentos naquele momento.

Não era apenas Dino o único desconfortável no Plenário Nagib Haickel. Boa parte da plateia, composta por deputados estaduais, federais, senadores, prefeitos, secretários, ex-secretários, juristas e outros nomes da sociedade civil se entreolhavam com a consciência de quem sabe o real status da relação entre sucessor e antecessor no Palácio dos Leões.

Tudo ficou evidenciado em um jantar grandioso oferecido aos mais chegados de Dino, em um condomínio na área nobre de São Luís, para o qual Brandão não foi convidado.

Destacou-se sozinho o vice-governador-secretário Felipe Camarão (PT), o ungido de Dino para suceder a Brandão – se as coisas não desandarem de vez até 2026.

Outro convidado que brilhou entre drinques e acepipes foi o deputado federal Duarte Júnior (PSB), pré-candidato à Prefeitura de São Luís pelo pombal socialista agora dirigido por Brandão.

Desconfortável e recolhido, o governador passou por mais uma exposição pública vexatória promovida por seu criador na condição de mandatário do Executivo maranhense, que deixa claro a todo momento que já lhe soltou a mão há tempos.

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