Notícia

Jornal do grupo Sarney tenta dar ‘drible’ Direito de Resposta do governo do Maranhão

O jornal O Estado do Maranhão descumpriu um princípio ético essencial ao exercício do jornalismo ao “driblar” Direito de Resposta do governo do Estado, publicando nesta quarta-feira (17) apenas uma “interpretação” da nota emitida pelo procurador-geral do Maranhão, Rodrigo Maia, para reparar notícia veiculada em setembro do ano passado pelo jornal, que acusava o procurador de ter retido processo envolvendo o deputado estadual Wellington do Curso (PP), então candidato a prefeito de São Luís.

O Estado do Maranhão – publicação pertencente ao grupo Sarney – deveria ter reproduzido “ipsis litteris” (nos mesmos termos) o Direito de Resposta de Maia, como prevê a legislação em vigor.

O Direito de Resposta diz respeito à informação noticiada pelo jornal, de que o deputado Wellington do Curso (PP) teria entrado com uma ação contra Rodrigo Maia, acusando o procurador de ter retido altos de um processo judicial envolvendo o político, que na época respondia por supostamente ter invadido e murado uma área pública de proteção ambiental no Sítio Santa Eulália (ao lado da Via Expressa), e ter colocado mais de 2000 metros quadrados do terreno à venda por R$ 6 milhões. O Direito de Resposta é concedido para aqueles que se sentiram ofendidos ou prejudicados por informações erradas veiculadas na mídia.

Segundo a Constituição Federal, a resposta deve ser proporcional ao agravo e nela deve ser contada a versão do ofendido.

Ao invés de publicar a íntegra do Direito de Resposta do procurador-geral do Maranhão, o jornal utilizou o que articulistas da imprensa chamam de “tucanada”, quando há a intenção de suavizar um assunto usando eufemismos, ou desvirtuar contextos e situações reais de um determinado fato.

Ao não publicar o texto original da resposta divulgada por Rodrigo Maia, o jornal do clã Sarney restringe a população de ter conhecimento da retratação integral do procurador-geral do Estado, e limita os leitores a uma interpretação parcial da resposta dada pelo governo do Maranhão sobre o caso, que foi mal noticiado pelo periódico.

Comentários estão desativados

Os comentários estão desativados.