Fim de uma era

Ricardo Murad diz que Flávio Dino é o último governador da Era Sarney

O ex-deputado Ricardo Murad fez um relato histórico da vida política maranhense nas últimas décadas, começando da época de Vitorino Freire, passando pela “Era Sarney” e concluindo com os dois mandatos do governador Flávio Dino. 

Murad considerou Flávio Dino como o último governador da “Era Sarney”. Isso porque Dino deu continuidade às ações iniciadas por José Sarney – que por sua vez foram responsáveis por romper o ciclo vitorinista no estado – mas falhou em enriquecer a população do estado. 

Por essa razão, Ricardo Murad chamou atenção para a necessidade da mudança do ciclo.

Abaixo o relato:

Como tudo na vida, chega uma hora que as coisas se desgastam e um novo olhar é necessário para mudar e iniciar um novo tempo. Sistemas de governo se esgotam e precisam de renovação. O desafio dessas eleições é MUDAR O CICLO.

Vitorino Freire reinou absoluto até 1965 quando Sarney se elegeu governador. Com Sarney iniciou-se um novo tempo. São 57 anos de um sistema com grandes resultados macroeconômicos, mas que falhou em resolver o principal problema, a pobreza. É necessário acabar com a crescente concentração de renda e o aumento de pobres. O MARANHÃO é rico, tem o décimo sétimo PIB do Brasil, mas mantém à margem milhões de maranhenses. 

Levantamento do IBGE de 2020 demonstra bem o quadro. Enquanto o Distrito Federal tem renda por pessoa de R$ 2.475,00, a do maranhense é de apenas R$ 676,00. O problema então é, como aumentar e dar renda a todos? Dos pobres que se mantém com auxílios e dos trabalhadores, profissionais autônomos, micro, pequenos e médios empresários que vivem num mar de dificuldades. 

A diferença entre Vitorino e Sarney, o melhor governador que tivemos, foi que o primeiro manteve o estado e o povo na miséria, e o segundo, enriqueceu o estado, no entanto, não teve o mesmo êxito na diminuição da pobreza. Sarney e os seus sucessores fizeram do MARANHÃO um estado próspero, mas ao longo de décadas não conseguiram tirar o povo da extrema carência em que vivem. Ter alcançado o décimo sétimo “PIB” não significou muito para milhões de maranhenses que continuaram pobres como na era vitorinista.

O importante é se haverá nessas eleições quem lidere a mudança que se impõe para iniciar um novo ciclo tal qual Sarney em 1965. Não queremos mais enriquecer o estado, queremos enriquecer os maranhenses. Essa é a questão central das eleições. Mudar o sistema para dar vez ao povo.

Não será fácil porque significará o fim do poder e dos privilégios daqueles que se aproveitam das fragilidades dos eleitores para manter seus mandatos. Ficou fácil obter um mandato, basta ter poder e dinheiro. É o desafio que enfrentaremos para mudar o ciclo no dia 2 de outubro. Com quem? Eu ainda não tenho ideia.

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