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Sarney dispara contra Machado, mas não explica acusação de receber “ajuda” de R$ 20 milhões

Pior que ser acusado de corrupto e de ter recebido milhões em proprina, é não possuir artifícios para se defender. Essa é a atual situação de Sarney, que após o depoimento catastrófico do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, se limitou a dizer que ele era uma pessoal “execrável”, e claro, disse ser inocente.

O que Sarney mais temia veio a tona, a “ajuda” que recebeu de Sérgio Machado. Para pessoas próximas, desde que teve um áudio seu vazado na imprensa, o ex-presidente confessou sua preocupação com o conteúdo da delação premiada.  As acusações, somadas aos demais processos que a família responde pela Lava Jato e pelos contratos da saúde por recebimento de propina, transformaram a família em alvo principal de manchetes dos principais veículos do país. Sarney que esperava terminar a carreira política como escritor, pode ter que trocar a aposentadoria pelos tribunais.

Em uma conversa gravada por Machado, Sarney pergunta se mais pessoas sabem, mostrando claramente que estava com medo da divulgação

SARNEY: Mas alguém sabe que você me ajudou?

MACHADO: Não, sabe não. Ninguém sabe presidente.

Essa “ajuda” seria os R$ 20 milhões que Sérgio Machado disse em depoimento ter doado a Sarney. O ex-presidente foi um dos políticos gravados por Machado, que se tornou delator da Operação Lava Jato.

O advogado dos corruptos, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que defende o ex-presidente José Sarney (1985/1990) afirmou que o peemedebista está disposto a processar Machado.

Vendo-se acuado, com medo de ser preso na Lava Jato, o ex-chefe da Transpetro, cadeira que ocupou por 12 anos, gravou secretamente conversas com quadros máximos do PMDB, entre eles o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros, o presidente do partido, Romero Juca- ministro por alguns dias do governo interino Michel Temer – e o próprio Sarney. Uma das conversas, Machado gravou em um hospital onde Sarney estava internado.

Em nota, Sarney afirmou que Machado é um ‘monstro moral’ e uma ‘pessoa abjeta’. “A total falta de caráter de quem, como meu amigo por mais de vinte anos, frequentando com assiduidade minha casa, almoçando e jantando comigo, e visitando-me sempre, teve a vilania de gravar nossas conversas, até mesmo em hospital, revela o monstro moral que ele é”, declarou o ex-presidente.

Segundo o criminalista, Sérgio Machado era ‘super próximo’ a Sarney e que a gravação da conversa é ‘inacreditável’. “Esse cidadão é execrável. Ele ia lá, almoçava, jantava”, afirma. “O Brasil perdeu completamente os limites da ética.”

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