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Ainda bem que Elisabeth Castelo Branco não é a Secretária de Educação

“Se perguntassem para mim e esse eu fosse secretária de educação, eu sou contra o leite. Escola não é para dar leite. Não tem nada a ver. Acho que teria que ser um outro projeto, mas não da educação. Talvez ligado à saúde, mas não à questão da Educação, com outro projeto. E aí, o que eu percebo: sabe qual é o momento que dá mais pai na escola? É na hora de buscar o leite. Por isso que eu sou contra.”

Se havia alguma dúvida de que os interesses da paralisação realizada pelo sindicato de professores de São Luís são políticos, essa dúvida se desfez com a entrevista proferida pela presidente Elisabeth Castelo Branco à Rádio Mirante AM na manhã da última terça-feira.

Ao atacar o programa do leite, que complementa nutricionalmente a alimentação de milhares de crianças, Elisabeth demonstra completo desconhecimento da política educacional, atribuindo à Educação uma política que na realidade compete à área de segurança alimentar. Elisabeth desconhece, também, que a concepção atual de educação pressupõe a atenção integral ao estudante, inclusive, dando condições de saúde e nutricionais para que ele aprenda da forma devida.

Pelas suas tortas declarações, Elisabeth demonstra desconhecer a existência de programas inclusive em nível federal que trabalham para melhorar a saúde dos estudantes, como os programas Saúde na Escola e Olhar Brasil. Só na gestão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior, mais de dois mil estudantes foram beneficiados com o serviço, inclusive estudantes adultos e idosos. Para estes últimos, a Prefeitura chegou a viabilizar cirurgias de catarata – foram mais de 50 só no ano passado – o que, para esses estudantes, representou a diferença entre continuar e abandonar os estudos.

Ao condenar a complementação da alimentação de crianças pobres, a professora Elisabeth parece inclusive desconhecer a realidade da educação municipal, que tanto afirma querer melhorar; de crianças em situação tão delicada para quem a merenda escolar representa um motivo a mais para ir à escola, tão importante quanto as aulas em si. É essa a líder sindical que inicia, hoje, uma paralisação que deixará esses 85 mil estudantes não só sem leite, mas sem merenda, sem professores e sem aprendizado.

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