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As duas táticas de Sarney para abafar a Lava Jato pelo Supremo

Já há quem pense que Sarney não fez tanto mal assim ao Maranhão e que agora está aposentado, deleitando-se da paixão pela literatura. Nem no passado nem no presente, isso é real. Seja na ilha de Curupu seja de sua mansão em Brasília, o ex-presidente do Senado continua na ativa.

Sua atual obsessão é influir no próximo relator da Lava Jato, operação que tem entre os alvos de sua extensa lista de políticos, sua filha Roseana Sarney e o amigo Edison Lobão.

A opção A no plano de vôo de Sarney é influir na indicação do novo ministro do STF – como aliás já vem fazendo há décadas com ministros do Supremo e do STJ, o que explica em grande parte a impunidade de ações contra a família.

No entanto, com a sinalização de alguns ministros do Supremo e de seu amigo Michel Temer de que pode não pegar bem que o indicado assuma a relatoria da Lava Jato, Sarney passou a pensar em uma opção B.

Há precedente no Supremo para que o processo seja distribuído para outro ministro da 2ª Turma – à qual pertencia Teori Zavascki. Lá estão os ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello.

Os três primeiros têm menores chances. Toffoli foi advogado do PT, um dos partidos envolvidos no escândalo. Lewandowski se destacou no julgamento do Mensalão como defensor de Lula no embate com Joaquim Barbosa. Gilmar Mendes já vem se expondo ao máximo como um defensor não só do PSDB, pelo qual foi indicado, quanto do próprio Temer.

O que menos levantaria dúvidas sobre isenção é Celso de Mello – justamente o único ministro da Corte Suprema ainda em atividade que foi indicado por Sarney. Ele é o candidato do ex-presidente para a relatoria, crente da possibilidade de conseguir um alívio para Roseana e Lobão. O tempo dirá se terá sucesso.

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