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Brigas, dinheiro, poder e decadência no clã Sarney

Aos poucos, mas ainda muito sutilmente, vão aflorando divergências graves no seio do clã Sarney. No round mais recente, uma tentativa do casal Jorge Murad/Roseana Sarney de destronar o irmão Zequinha Sarney dos negócios da família fez esquentar os ânimos e foi preciso a atuação do bombeiro José Sarney. O assunto é comentado há semanas nos buchichos em rodas de amigos deles.

Como pano de fundo, interesses políticos e econômicos. Na seara política, Roseana não quer nem ouvir falar de ceder uma possível candidatura ao Senado para o irmão Zequinha, sempre colocado em segundo plano desde que tentou ser governador em 1990 e foi substituído por Edson Lobão.

Por outro lado, na seara econômica, os negócios vem sendo fortemente afetados desde que Flávio Dino assumiu o governo e fechou o duto de recursos públicos que financiava os negócios da família Sarney. Mas isso não é o mais grave: atribui-se à Teresa Murad, irmã de Ricardo, esposa de Fernando e dama de ferro do Sistema Mirante, a responsabilidade pelo declínio econômico do império. E aí é que tem confusão. Zequinha Sarney implantou um filho na direção da empresa tentando conter o desastre.

Pessoas próximas a Zequinha Sarney e dizem que até o próprio Fernando Sarney não economizam impropérios na direção de Ricardo Murad, que estaria por trás dos movimentos da irmã Teresa para satisfazer seus caprichos políticos. “Ricardo é o principal responsável por nossa derrota, é um desagregador, autoritário”, teria balbuciado outro dia a um seleto grupo um político muito próximo a Fernando Sarney.

O fim da edição dominical de O Estado do Maranhão acontece em meio a esse clima. Criado por José Sarney e tido por ele como um fetiche, o jornal deu sinais pela primeira vez em décadas de que está “descendo a ladeira”.

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