A nomeação de Jardim Torquato para o Ministério da Justiça teve as digitais do ex-presidente José Sarney (PMDB). Principal conselheiro de Michel Temer (PMDB) desde que foram divulgados os conteúdos da delação da JBS, Sarney tem articulado e orientado o presidente a tomar todas as medidas jurídicas e políticas a fim de garantir a permanência no mandato. Torquato faz parte dessa estratégia.

A relação de Sarney e o novo ministro da Justiça é longínqua. Torquato foi advogado de Roseana Sarney em algumas causas no Tribunal Superior Eleitoral. Ele é especialista em direito eleitoral e tem grande respaldo junto aos tribunais, o que amplia a influência da dupla Sarney/Temer nos tribunais.

O novo ministro é um crítico assumido da Lava Jato, da qual Sarney é réu, e já listou uma série de problemas na operação policial. Soma-se a isso o fato da Polícia Federal ser subordinada ao Ministério da Justiça.

Com Torquato, Sarney e Temer imaginam que o Governo possa “reconquistar” o comando sobre a Polícia Federal.  Afinal, a PF toca as investigações ao lado do Ministério Público Federal de forma independente devido ao amplo apoio popular. O próprio ministro já disse que estudará a substituição do delegado Leandro Daiello (diretor da Polícia Federal).

Sarney deu aval e comemorou a nomeação de Jardim Torquato. Agora espera maior proteção política, assim como o próprio presidente.

Pelo menos até Michel Temer ser varrido do Palácio do Planalto…