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Sarney Filho e Adriano Sarney utilizaram helicóptero pago pelo Governo Roseana

“Tal pai tal filho”. Documentos indicam que o ministro Sarney Filho e o deputado estadual Adriano Sarney gastaram mais de R$ 100 mil em um helicóptero para deslocamento durante a campanha eleitoral de 2014. O aluguel da aeronave foi totalmente pago pelo Governo de Roseana Sarney.

A imoralidade foi descoberta através de uma investigação da Secretaria de Transparência e denunciada pela Revista Veja. A dupla sem qual tipo de pudor, pegou o dinheiro do contribuinte em uma operação imoral e criminosa e que merece toda a atenção dos órgãos punitivos. Os dois foram eleitos com a marca da corrupção e do abuso do poder econômico.

Reportagem Veja.

Com a Lava-Jato alçando os números da corrupção a patamares nunca vistos e revelando estratégias jamais sonhadas o caso que se verá a seguir chega a parecer coisa de criança. Uma auditoria realizada pelo Governo do Maranhão reuniu indícios de que o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho(PV) , usou dinheiro do contribuinte para não ter de gastar do seu. Mais precisamente: Viajou pelo Estado em campanha eleitoral abordo de um helicóptero custeado por dinheiro público, a pretexto de estar a serviço do Governo. Dando para o erário: R$ 116.400. Prejuízo para um país que sonha um dia livrar-se da política provinciana, delinquente e mesquinha: Bem, aí é incalculável.

Segundo auditória, o ministro Sarney Filho usou em 2014 junto com Adriano Sarney (PV) , seu filho, um helicóptero contratado pelo Governo do Maranhão, estão sob o comando de Roseana Sarney, para comparecer a eventos de campanha eleitoral – Sarney Filho buscava o nono mandato como deputado federal, Adriano Sarney debutava na disputa por uma vaga de deputado estadual.

O helicóptero foi contratado em novembro de 2013, pela Secretaria de Meio Ambiente com o objetivo de “atender as demandas” da pasta. Mais o primeiro voo só foi realizado em julho do ano seguinte, nove meses depois do início do contrato, durante a campanha eleitoral. Em 24 de julho, registros mostram que a aeronave decolou de São Luís para Tutóia, município de pouco mais de 50.000 habitantes a 350 KM de São Luís, a onde só se chega depois de 6h30 de carro. No mesmo dia, o site mantido pelo deputado para documentar suas andanças durante a campanha destaca que ele esteve na mesma Tutóia. A coincidência de datas entre os eventos de campanha da família Sarney e os voos do helicóptero contratado com dinheiro público ocorreu outras dez vezes nos três meses seguintes. Em um dos casos, foram duas coincidências no mesmo dia: Sarney Filho esteve pela manhã em Barreirinhas e a tarde em Pirapemas a 300KM do primeiro compromisso. A aeronave fez nesse dia igual trajeto, como demonstram as notas fiscais dos voos. Durante o período que permaneceu alugada pela Secretaria do Meio Ambiente, ela realizou 13 voos. Como em 11 a indícios de que o principais foi os Sarney , é de desconfiar que a locação teve o único propósito de servir aos membros do clã que por cinco décadas exerceram o poder no Maranhão, Estado que tem o segundo mais baixo IDH do Brasil, não avança no Ranking desde 2000, apresenta o pior saneamento básico do nordeste e registra a população mais pobre do país.

Sarney Filho entrou para a política aos 21 anos, em 1978 quando foi eleito, deputado estadual. Desde então, não saiu mais. Em 1982 , elegeu -se deputado federal pela primeira vez. Quando o pai estava prestes a deixar a presidência da República, no início dos anos 90, chegou a almejar a condição de herdeiro político da família e ser candidato a governador, mas foi preterido por Roseana, sua irmã mais velha, que concorreu ao cargo quatro anos depois.

É a segunda vez que Sarney Filho ocupa o Ministério do Meio Ambiente. A primeira foi durante o Governo Fernando Henrique Cardoso. Deixou o cargo em 2002, depois que uma operação da Polícia Federal encontrou R$ 1,34 milhão em uma empresa de Roseana e seu marido, no episódio que enterrou a candidatura da primogênita a presidência da República e que foi atribuído a maquinações do PSDB. O tucano José Serra era candidato a sucessão de FHC.

A indicação de Sarney Filho para o Governo Michel Temer teve o claro propósito de amolecer o coração de seu pai-junto com Renan Calheiros , ainda o nome mais influente no PMDB no Senado. A jogada não foi em vão, como mostrou na semana passada o senador maranhense João Alberto, que na votação da pronúncia do impeachment mudou de lado na última hora, traindo Dilma Rousseff e engrossando o placar dos 59 senadores que votaram pelo processo.

Procurado por Veja, o ministro Sarney Filho negou que tenha utilizado o helicóptero alugado pelo Governo da irmã e limitou-se a dizer que todos os seus gastos de campanha foram declarados a justiça eleitoral e a aprovados. A Secretaria de Transparência e Controle do Maranhão vai dar seguimento a investigação.

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