Tchau, querido! Waldir Maranhão deverá ser expulso do PP
(O Globo) Após a polêmica decisão de anular a sessão que aprovou o impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara, o presidente em exercício da Casa, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), deve ser expulso do partido. Um grupo de deputados do PP já acionou a Executiva da legenda para pedir sua imediata expulsão. Com isto, o partido deve também pedir o afastamento de Maranhão da presidência da Câmara, já que a vaga de vice é de indicação do PP.
O argumento é que ele já havia contrariado a decisão do partido de fechar a questão a favor do impeachment e, agora, voltou a confrontar o partido:
— Ele é um incapaz e vamos ainda hoje pedir a expulsão dele do partido. Tem que saber como foi essa articulação, que é criminosa. Ele não tem nenhuma capacidade mental de um golpe dessa envergadura. Precisa apurar quem mais está envolvido nesse golpe — afirmou ao GLOBO o deputado Júlio Lopes (PP-RJ).
Ato contínuo, os deputados devem pedir que à Mesa da Câmara que o partido faça nova indicação para a vice-presidência da Casa.
— A vaga é do PP. Vamos pedir nova indicação do vice-presidente da Câmara e o partido vai expulsá-lo ainda hoje. Um sujeito na interinidade não pode derrubar o voto de 376 deputados — disse o deputado.
Na sexta-feira, o deputado Silvio Costa (PTdoB-PE) anunciou que o presidente interino da Câmara teria jurado que daria prosseguimento ao pedido de impeachment do vice-presidente Michel Temer. Ainda de acordo com Costa, um dos líderes da tropa de choque contra o impeachment da presidente Dilma, ele deve analisar um parecer do advogado geral da União, José Eduardo Cardozo, no qual lista inconstitucionalidades e pede a anulação da sessão do dia 17 de abril em que foi aprovada a admissibilidade do impeachment da petista.
DEPUTADO COLECIONA INVESTIGAÇÕES
Waldir Maranhão (PP-MA), que votou contra o impeachment, assumiu interinamente a presidência da Câmara dos Deputados após o afastamento de Eduardo Cunha, na semana passada. Além de ser investigado na Lava-Jato, ele é alvo de outro inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) , que apura um esquema de desvio de verba de fundos de previdência municipais para aplicações controladas por doleiros. Nas eleições de 2010, teve de explicar um milagre de multiplicação de dinheiro: doou para si mesmo um valor 33 vezes maior que aquele que declarara.
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